
"Um século de conhecimento:
arte, filosofia, ciência e tecnologia no século XX"
Samuel Simon (org.)
Editora da UnB (2011)
Cada capítulo é escrito por um autor diferente e os temas são tratados com profundidade, citando referências – e às vezes até um pouco herméticos, como os de física, que incluem equações com derivadas parciais. A ordem alfabética, os temas sucedendo-se sem conexão, tornam o livro delicioso de se folhear.
Foi essa concepção “alargada” de conhecimento que me atraiu para esse volume de 1280 páginas. Não é comum considerar nessa categoria técnicas e estilos artísticos e elucubrações filosóficas. No entanto, são áreas com muitas portas para serem abertas e instigantes regiões novas para serem exploradas, e que contribuem para a visão de mundo do ser humano e para a compreensão de si mesmo e do seu lugar na sociedade e no universo – pré-requisitos fundamentais para que possam construir vidas melhores.
E ainda por cima não sucumbe à armadilha em que caíram outras pretensas abordagens ecléticas, que acabaram numa forte desproporção em prol de alguma das super-áreas – em geral a da ciência e tecnologia. Neste livro, o organizador, o filósofo Samuel Simon, conseguiu um equilíbrio surpreendente e raro.
Foi manifestamente um projeto ousado, pois a quantidade de coisas que aconteceram no último século em termos de conhecimento é colossal. Algumas áreas inteiras simplesmente passaram a existir no limiar do século XX, como o cinema, a computação ou a sociologia, ou então tomaram a forma que hoje conhecemos naquela época, como a engenharia aeroespacial. Grandes revoluções aconteceram nas ciências, nas artes e na filosofia. Pense na arte moderna, nos inúmeros movimentos filosóficos, nas revoluções da física quântica e da biotecnologia...
Enfim, um atrativo quase irresistível para mentes curiosas com pendores enciclopédicos.
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